quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O valor

Quando você é privado de alguma coisa importante como sua saúde ou sua liberdade (ou ainda os dois ao mesmo tempo), você passa a dar valor não às coisas que fazia ou podia fazer, mas sim a si mesmo. Você passa a dar valor a você, à sua felicidade, à sua vida.

Não é a falta das coisas o que mais dilacera, é a falta de se amar e se satisfazer, é a falta de si mesmo. A gente demora muito a entender que somos a pessoa mais importante de nossas vidas, que somos nosso primeiro e único amor verdadeiro. Demoramos a ver que o que precisamos está aqui dentro.

Não estou dizendo para se isolar numa ilha e abraçando a si próprio e dizendo "eu me amo", nada disso! Nós precisamos sim das pessoas, precisamos do seu carinho, do seu apoio, dos seus conselhos, das suas broncas, das suas alegrias e até das suas chatices. Não somos seres de essência solitária. O que falo é de algo que vai além, de algo que chamamos de satisfação pessoal, de felicidade. Isso não vai estar lá fora quando você sair, não vai estar em uma festa, uma viagem, um prêmio de loteria, um passeio e nem mesmo em um novo amor. Isso está aí, existindo agora, mesmo com todos os problemas, você só não encontrou. Mas precisamos mesmo passar pelo processo de procurar lá fora, para nos voltarmos para dentro, é natural.

Neste momento eu sinto falta das coisas que não posso ainda fazer por mim e também pelos outros, mas sobretudo por mim. Não é egoísmo, isso é em última instância questão de sobrevivência, aliás de vivcência, porque viver é muito melhor que apenas sobreviver. Também sinto falta de fazer pelos outros, porque a felicidade que você tem ao ajudar é muito maior do que a felicidade em se ajudar, porque nossa essência é solidária. Ajudando aos outros, nos ajudamos automaticamente.

Se você neste momento, não consegue se ajudar (ou acha que não consegue), ajude alguém. De uma maneira quase mágica esse bem vai se voltar pra você, garanto. Como eu disse, às vezes é preciso procurar lá fora pra entender o que está aí dentro o tempo todo. Dê valor a cada pequena oportunidade e até mesmo dê valor às dificuldades. Sobretudo dê valor a você mesmo e à sua vida. A vida é uma dádiva única e instransferível.

Um comentário:

Andréia Cardoso disse...

Linda, como disse o poeta romano, Orácio: “ Colhe o dia, confie o mínimo no amanhã, não perguntes, saber é proibido, o fim que os deuses darão a mim ou a você, Leuconoe, com os adivinhos da Babilônia, não brinque. É melhor apenas lidar com o que se cruza no seu caminho, se muitos invernos júpiter te dê ou se este é o último, que agora bate nas rochas da praia com as ondas do mar, Tirreno: seja sábio, beba o seu vinho e para o curto prazo, reescale as suas esperanças. Mesmo enquanto falamos, o tempo ciumento está fugindo de nós. Colhe o dia, confia o mínimo no amanhã." Carpe diem. Continue com essa cabecinha linda e esse jeitinho doce, isso é reflexo do que vc tem de melhor por dentro. Tenho certeza que tudo que vc fez ou a quem ajudou de alguma forma guardou consigo a sua marca e tudo com certeza foi verdadeiro. Como vc disse: "a felicidade que vc tem ao ajudar o outro é maior do que a felicidade em se ajudar". Isso para mim e VIVER O DIA é CAPDIEM! Viver a vida é não gastar o tempo com coisas inúteis, como uma justificativa imediatista para o prazer, sem temer o futuro. Viver a vida é proporcionar o bem e se senti bem. Sei que quando vc sair daí vc vai andar descalça, se deliciar com as comidas mais gostosas, ir à lugares que não foi, buscar sensações novas, pular, rir... e fazer muita gente feliz. Um grande beijo e te desejo tudo de melhor, saúde plena e toda felicidade! Deus está olhando por vc e eu sei disso!